Embora seja vista pelos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) como a opção ideal, a deputada federal e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS) ainda precisa vencer dois obstáculos para ser confirmada como vice na chapa presidencial.
O primeiro é a situação no Mato Grosso do Sul, onde ela é pré-candidata ao Senado. Em segundo lugar nas pesquisas está o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União-MS), de quem Bolsonaro ainda guarda profundas mágoas e a quem ele não quer entregar a vitória de jeito nenhum.
O segundo obstáculo é não desagradar os militares ao preterir o general Braga Netto para o posto. Bolsonaro vem gradativamente diminuindo o espaço dos integrantes das Forças Armadas na sua gestão e teme que a opção por Tereza seja interpretada como um alijamento dos aliados.
Nesta quarta-feira, 15, o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) almoçou com Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, na sede do partido em Brasília, acompanhado de Cristina.
Integrantes do comitê de campanha afirmam, no entanto, que o maior obstáculo mesmo tem sido convencer o próprio presidente, que tem o general como uma pessoa de sua alta confiança. Como a Folha revelou, o termo usado é “guerra”.
Há pressa em definir o quanto antes a chapa porque há uma leitura de que Bolsonaro está ficando para trás, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já percorre o país ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB).
Valdemar tem capitaneado o movimento pela substituição e enxerga na deputada a melhor opção. Além de ajudar na articulação política, ela poderia contribuir com a arrecadação da campanha junto ao agronegócio.
Ciro Nogueira, presidente do partido ao qual Tereza é filiada, tem se mantido mais afastado para Bolsonaro não interpretar como uma movimentação em causa própria.