Centenas de evangélicos fizeram, nesta quinta-feira (13), uma passeata até a sede do Parlamento da Venezuela, em Caracas, onde entregaram um documento no qual pediam aos deputados que rejeitassem um projeto de “lei contra discriminação” que está em discussão.
Ao ritmo de cânticos cristãos e carregando faixas que defendiam “o modelo original de família”, os fiéis caminharam cerca de dois quilômetros pelo centro de Caracas – protegidos por policiais – até uma grande plataforma localizada em frente aos escritórios administrativos do Parlamento.
No local, assim como em grande parte do percurso, os manifestantes passaram vários minutos orando e pedindo a Deus que detenha os perigos que, segundo eles, ameaçam as famílias venezuelanas, como a hipersexualização das crianças e a superexposição [delas] a telas e redes sociais.
O chefe do governo de Caracas, Nahum Fernández, esteve no ato, assim como um grupo de deputados da Assembleia Nacional que professam a fé cristã e que se manifestaram em várias ocasiões contra uma possível descriminalização do aborto ou a legalização do casamento igualitário, exigências que feministas e ativistas LGBTQI+ fazem há anos.
Um dos manifestantes tomou a palavra e, na frente dos políticos, leu o documento em questão, no qual eles também pedem para participar de todas as discussões legislativas relacionadas à família e à religião, bem como para lançar uma campanha nacional contra a sexualização das crianças.
De acordo com Greilyn García, uma das manifestantes, essa mobilização serve para rejeitar a tentativa do Parlamento de estabelecer “leis que são contrárias ao verdadeiro projeto que Deus fez”.
– Vim para esta marcha porque Deus estabeleceu minha família, [vim para] marchar porque Deus se manifesta (…). Deus criou Adão e Eva, homem é homem e mulher é mulher – disse à EFE a mulher de 45 anos, que frequenta uma igreja evangélica desde 2020.
Na semana passada, cerca de 50 pessoas – quase todas evangélicas – se manifestaram em frente ao Ministério da Educação, também em Caracas, para exigir que a educação sexual seja excluída das escolas, considerando que esse ensino é contra “o modelo original de família”.