CHEFÃO DO NARCOTRÁFICO PARA DESPISTAR A POLÍCIA FEDERAL JOGOU O CELULAR NO TELHADO DA MANSÃO

Na manhã desta quinta-feira, 14 de agosto de 2025, a Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, deflagrou a Operação Contra-Ataque III em Campo Grande, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e no comércio ilegal de armas. As ações ocorreram em pontos de alto padrão, como o condomínio Damha II, bem como em bairros periféricos como o Jardim Tijuca e o município vizinho de Jaraguari .

Desdobramentos da Operação

Foram cumpridos, ao todo, quatro mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, que abrangeram residências, empresas e até um haras na capital sul-mato-grossense .
Além disso, houve o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de imóveis e outros bens dos investigados, com foco em enfraquecer a estrutura financeira do grupo .

Um celular no telhado

Um dos episódios mais inusitados ocorreu quando o líder do grupo, o empresário William Alves Ribeiro, conhecido como “Peixe”, percebeu a presença policial em sua residência no Damha II. Ele quebrou o celular que segurava e o lançou sobre o telhado da mansão. Agentes, auxiliados por escadas e até drones, conseguiram localizar e recuperar o aparelho .

William “Peixe” Alves Ribeiro foi preso no local. Ele, sua esposa Nadja Tybusch Ribeiro (proprietária do Ateliê da Nana) e outros familiares e associados usavam empresas para lavar dinheiro do tráfico .

Entre os presos estão também Welder Alves Ribeiro (“Ninho”), seu irmão, além de Bruno Antônio Guido Benzi e Adalto Rodrigues de Souza Júnior, este último alvo de prisão e responsável por uma oficina Play Motors ligada ao esquema .

Ainda há envolvimento de Rosany Larissa Aranda, sócia em loja de moda feminina, e de motoristas vinculados ao grupo .

A investigação revelou que o grupo utilizava empresas de fachada — como transportadoras, oficinas mecânicas, lojas de roupas e ateliês — para justificar a movimentação de altos valores, que não condiziam com suas atividades declaradas. O esquema também incluía o uso de cargas agrícolas como disfarce para o transporte de drogas.

No condomínio Damha II, foram recolhidos dois veículos de luxo, além do celular no telhado .Em uma oficina ligada ao grupo, os agentes apreenderam um jet ski, uma caminhonete, uma SW4, além de armas e munições .

Também foram identificados e alvos de busca empresas como Aliança Transporte de Veículos, War Transportes, WR Martelinho Express Ltda., Conect Peças, Subprodutos Bovinos Ltda., Ateliê da Nana, Duas Nações Materiais para Construção, Lolya-Nyclothes Moda Feminina, Stilo Diva e Embaplast – Ribeiro & Tybusch Ltda. .

Origem da investigação

Tudo começou com apreensões realizadas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) em Minas Gerais, que identificaram um elo com fornecedores localizados em Campo Grande. Com autorização judicial da 1ª Vara Criminal de Uberaba (MG), as provas foram compartilhadas com a superintendência da PF em Mato Grosso do Sul, que então realizou as ações locais .