Número de moradores de rua no Brasil dobra durante o desgoverno de Lula

País registra mais de 345 mil pessoas vivendo nas ruas, dobrando o número desde 2023; desemprego, drogas e quebra de vínculos familiares são causas centrais do colapso social

O Brasil vive hoje uma das maiores crises sociais de sua história recente. Dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da UFMG, revelam que o número de pessoas vivendo nas ruas mais que dobrou desde o fim de 2023. Em pouco mais de um ano, a população nessa condição saltou de cerca de 160 mil para 345 mil brasileiros sem moradia, número que acende um alerta sobre o fracasso das políticas sociais e econômicas do atual governo.

O levantamento mostra que mais de 60% dessa população está concentrada na Região Sudeste, enquanto a Região Norte abriga menos de 5%. Segundo especialistas, o aumento se deve a um conjunto de fatores: desemprego estrutural, crise habitacional, dependência química e quebra de vínculos familiares.

Estudos anteriores do IPEA já apontavam um crescimento alarmante: entre 2013 e 2023, os registros no CadÚnico subiram de 21,9 mil para 227 mil pessoas — alta de 935% em dez anos. O mesmo instituto estimava 281 mil moradores de rua em 2022, o que significa que o salto para 345 mil representa um crescimento explosivo em tempo recorde.

Os dados revelam também o perfil dessa população: 87% são homens, 68% negros, com idade média de 42 anos. Quase metade vive em barracas ou abrigos improvisados, e mais da metade relata problemas de saúde. Em São Paulo, maior centro urbano do país, mais de 50% já foi vítima de violência enquanto dormia nas ruas.

O governo Lula lançou em 2023 o plano “Ruas Visíveis”, prometendo investir R$ 1 bilhão em habitação, saúde e segurança alimentar para essa população. No entanto, o avanço do problema indica que as medidas não têm surtido efeito real. No Distrito Federal, por exemplo, houve aumento de atendimentos médicos e acesso a refeições, mas o número de pessoas nas ruas continua crescendo.

Analistas apontam que, além de ações assistenciais, é necessário atacar as causas estruturais: geração de emprego, combate à dependência química e políticas habitacionais de longo prazo. Sem isso, alertam, o Brasil continuará empurrando com a barriga um drama que hoje já atinge 1 em cada mil brasileiros — e que, mantido o ritmo atual, pode colocar o país diante de um colapso humanitário sem precedentes.