O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal e a sequência de denúncias no Supremo Tribunal Federal expõem um cenário de crescente perseguição política e insegurança institucional. Desde 2023, a condução do processo, marcada por medidas severas e restritivas — tornozeleira eletrônica, prisão domiciliar integral, censura de redes sociais e apreensão de aparelhos — tem levantado questionamentos sobre a legalidade e a imparcialidade das ações judiciais.
A acusação mais recente envolve um rascunho de pedido de asilo na Argentina, utilizado para abrir um novo processo por obstrução de justiça, apesar de não possuir validade formal. Para especialistas e advogados de defesa, trata-se de um pretexto frágil para manter Bolsonaro sob constante vigilância e restrição, reforçando a percepção de tribunal de exceção.
O julgamento principal, previsto entre 2 e 12 de setembro, poderá definir o futuro político do ex-presidente, com consequências diretas sobre sua elegibilidade e sobre o equilíbrio das instituições brasileiras. Para setores conservadores, o processo ultrapassa a esfera judicial e sinaliza uma tentativa de silenciar opositores e consolidar um poder autoritário de toga.
No cenário internacional, veículos como The Guardian e Reuters acompanham o caso com cautela, destacando a fragilidade das provas, enquanto aliados de Bolsonaro denunciam que o país caminha para um estado policialesco, em que a democracia corre risco de se tornar apenas uma fachada.








