O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por deixar o Rio de Janeiro sozinho no combate ao crime organizado ao negar — pelo menos em três ocasiões — apoio das Forças Armadas solicitado pelo governo estadual para enfrentar o Comando Vermelho (CV) em complexo de favelas da Zona Norte.
O anúncio veio pelo governador Cláudio Castro (PL), que informou que os pedidos de blindados e recursos militares foram recusados sob o argumento de que a atuação da União dependeria de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — medida que não foi concedida.
Castro fez a dura avaliação de que “o Estado está sozinho nessa guerra” e que o Palácio do Planalto preferiu a omissão em vez da parceria.
A operação estadual, realizada com recursos próprios, mobilizou cerca de 100 líderes do tráfico nos complexos da Penha e do Alemão, resultando em mais de 50 prisões até o momento.
Na visão de Castro, a recusa federal não é apenas falha operacional — trata-se de um símbolo da política de esquerda predominante no governo central, que prefere discurso de pacificação e “combate social” ao emprego firme das Forças Armadas e segurança robusta.
Esse abandono evidencia o que críticos chamam de “capitulação” da União perante as facções armadas: enquanto o Estado do Rio assume sozinho o ônus de operações de alto risco, o governo federal se esquiva de responsabilidades e se abstém de garantir o aparato necessário para conter o avanço de facções criminosas.
Se a segurança pública continuar sendo tratada como tema periférico pelo Executivo federal, a tendência é que os territórios dominados por organizações como o CV avancem ainda mais — com custo direto para a população carioca, sobretudo nas comunidades vulneráveis das favelas.
A atitude omissa também levanta questões graves sobre a coesão federativa: quando o governo central se recusa a agir, estados ficam expostos, e a autoridade pública perde credibilidade diante do cidadão. Nesse vácuo, o crime organizado se fortalece.
Em resumo: o governo Lula escolhe mirar no assistencialismo e no discurso, enquanto o RJ enfrenta sozinho o poder armado — e se prepara para pagar o preço dessa escolha.








