Em levantamento realizado entre os dias 16 e 21 de outubro de 2025 pelo instituto Futura Inteligência/Apex Partners, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registra índice de desaprovação de 53,8 %, contra apenas 40,7 % de aprovação da população brasileira.
O resultado revela que o governo petista se encontra em momento delicado, com índices que ameaçam sua estabilidade política e eleitoral. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais.
Entre os principais vetores dessa rejeição ampliada, destacam-se:
O agravamento da percepção de que a economia está pior do que há quatro anos.
A convicção crescente de que a corrupção aumentou durante o mandato.
A queda de braço com o eleitorado tradicionalmente alinhado à base do PT, como trabalhadores de renda mais baixa, evangélicos e homens jovens — segmentos que registram níveis de desaprovação acima da média.
Consequências diretas e de médio prazo
A elevação para 53,8 % na desaprovação representa, simbólica e concretamente, um sinal de alerta: o governo Lula está operando com espaço mínimo para erro. Em cenário eleitoral, essa taxa de rejeição pode se traduzir em desgaste que favorece adversários — inclusive num eventual pleito de 2026. Já no âmbito da governança, o governo terá menor margem de manobra para reformas impopulares ou medidas de choque.
Além disso, o índice evidencia que a narrativa encastelada pelo PT e aliados — de uma bolha de apoio e estabilidade — está se rompendo. A população começa a evidenciar que não mais se satisfaz com promessas e simbologias políticas: exige entregas concretas.
O que cabe ao governo agora?
Para mitigar essa tendência, algumas urgências se impõem:
Retomar com força a agenda econômica, especialmente no combate à inflação, geração de emprego e recuperação de renda — antes que o desgaste se repita com maior intensidade.
Reaproximar-se de segmentos que historicamente lhe davam sustentação, com discurso claro, metas precisas e comunicação mais eficaz — as métricas mostram perdas antecipadas nesses grupos.
Concretizar entregas imediatas que possam sinalizar virada de ciclo — esperar que o desgaste se reverta apenas por desgaste alheio ou por evento externo não é estratégia.
Qual o recado para a direita e para quem defende uma agenda conservadora e nacionalista?
Para os que se posicionam fora da linhagem esquerdista, o momento é de vigilância e mobilização. O crescente desgaste de um governo identificado com orientações progressistas abre espaço para questionamento e para a proposição de alternativa com valor conservador, foco na segurança, soberania e economia de mercado. Se o índice de 53,8 % significa inércia negativa, então cabe à oposição estruturar uma resposta articulada, com mensagem clara e com base social ampliada.
Em síntese: o governo Lula enfrenta uma curva de rejeição ascendente, que o posiciona diante de uma bifurcação — ou reage e reconquista legitimidade ou acentua a derrota política antecipada. E a partir desse dado, toda a arquitetura da disputa de 2026 já se redesenha.








