A gestão do prefeito Dr. Gabriel Alves de Oliveira em Corumbá (MS) mergulhou numa sucessão de escândalos que desmontam o discurso de nova política e revelam o velho modelo de “poder para poucos”. Do abastecimento de veículos públicos em posto da secretária à contratação de empresa de um parente direto do chefe do Executivo, a administração virou sinônimo de crise e favorecimento.
Logo após a prisão de um secretário municipal — que oficialmente “nada teria a ver com a prefeitura” — vieram à tona relações cruzadas entre o poder público e interesses privados ligados à própria equipe governamental. Um caso emblemático: a secretária de Finanças, Camila Campos de Carvalho, dona de um posto de combustíveis, abasteceu durante meses veículos da prefeitura. O flagrante põe em xeque sua missão de fiscalizar gastos públicos.
Como se não bastasse, a contratação de R$ 733 mil realizada pela prefeitura com uma empresa médica pertencente ao pai e tio do prefeito foi questionada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS). Na ação, o MP afirma que tal contratação viola os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade administrativa, além de contrariar dispositivos da nova Lei de Licitações e decreto municipal que proíbe contratação de parentes até o terceiro grau. A Justiça da 2ª Vara Cível de Corumbá determinou a suspensão imediata do contrato e bloqueio dos pagamentos.
Enquanto isso, o silêncio da prefeitura ecoa mais alto do que as denúncias que se acumulam. Sem uma explicação oficial convincente, o cidadão comum questiona quem realmente está no comando: o prefeito ou o “clã” que orbita o poder. Em ruas e redes sociais, a resposta se faz dolorosamente clara: o velho aparelhamento político revigora-se sob nova roupagem.
Em pleno Pantanal, a “Pérola do Pantanal” perde o brilho, engolida por um modelo de governo que ignora compromisso com o coletivo e transforma o dinheiro público em moeda de troca para privilégios. A pergunta que fica, então, é: quem vai colocar ordem quando o próprio poder parece travestido do interesse dos que deveriam ser fiscalizados?








