Lula usa FAB como taxi diplomático e gasta R$ 345 mil para trazer ex-primeira-dama condenada no Peru

O governo brasileiro autorizou o uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para trazer ao país a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por lavagem de dinheiro em um esquema que envolvia o governo da Venezuela e a antiga Odebrecht. A operação, realizada em 16 de abril deste ano, custou aos cofres públicos R$ 345.013,56, valor detalhado pela própria FAB em resposta a um requerimento de informações do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS).

Segundo o documento oficial, os gastos incluem R$ 318.009,20 de custos logísticos, R$ 7.547,62 em diárias da tripulação e R$ 19.456,74 em taxas aeroportuárias. A aeronave decolou de Brasília às 22h45 do dia 15 de abril, pousou em Lima para embarcar Heredia e retornou ao Brasil no dia seguinte.

Nadine Heredia é esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala e recebeu asilo diplomático concedido pelo governo brasileiro. O pedido foi imediatamente seguido por uma solicitação de sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender qualquer possibilidade de extradição.

A operação diplomática levantou críticas contundentes no Congresso. Para Van Hattem, o uso da FAB em benefício de uma figura condenada por corrupção ultrapassa qualquer justificativa aceitável:
“Usaram R$ 345 mil do dinheiro do povo para transformar a FAB em Uber de luxo para buscar uma criminosa condenada no Peru, por ordem direta do presidente Lula”, afirmou o deputado.

A polêmica reacende o debate sobre privilégios políticos e o uso da estrutura estatal em favorecimento de aliados ideológicos, especialmente quando envolve figuras condenadas por corrupção em outros países. Enquanto o governo mantém silêncio público sobre as razões formais do resgate, cresce a pressão por transparência e explicações convincentes sobre por que o contribuinte brasileiro foi obrigado a arcar com uma operação desse porte.

A cobrança agora recai não apenas sobre os custos, mas sobre o padrão de decisões que mistura diplomacia, interesses políticos e proteção a figuras envolvidas em escândalos internacionais — e que, mais uma vez, coloca o Brasil no centro de uma crise diplomática construída dentro do próprio Palácio do Planalto.