“Amigo da Onça”: Beto Pereira irmão do dono do Site JD1, se cala diante da prisão de Bolsonaro, o mesmo que apoiou nas eleições de 2024

O silêncio do deputado federal Beto Pereira (PSDB) desde a decretação da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã de sábado (22), tem causado estranhamento e irritação entre apoiadores do bolsonarismo em Mato Grosso do Sul. A decisão do ministro Alexandre de Moraes mobilizou parlamentares, lideranças e militantes de direita em todo o país — mas Beto, que recebeu apoio direto de Bolsonaro nas eleições de 2024, permanece sem emitir qualquer palavra.

A ausência de posicionamento contrasta com a postura de diversos nomes do PL, de deputados federais a vereadores, que se manifestaram em defesa de Bolsonaro poucas horas após a decisão do STF. O distanciamento repentino de Beto Pereira, segundo aliados, tem sido lido como ingratidão por parte de uma ala do eleitorado conservador, especialmente aqueles que estiveram ao seu lado em 2024 motivados exatamente pelo respaldo político do ex-presidente.

Durante a campanha municipal, Bolsonaro gravou vídeos e pediu votos diretamente para Beto, que construiu uma ampla aliança envolvendo o PL, o governador Eduardo Riedel, o ex-governador Reinaldo Azambuja e outras siglas de peso. A presença da coronel Neidy — um dos nomes mais fortes do bolsonarismo em Campo Grande — como candidata a vice reforçava a sinalização de alinhamento com a direita.

Apesar disso, o deputado não conseguiu avançar ao segundo turno, mesmo com apoio de figuras influentes e com uma das maiores frentes políticas da disputa. À época, a presença de Bolsonaro era tratada como um ativo eleitoral valioso para impulsionar sua candidatura e fortalecer sua imagem entre conservadores.

Agora, com Bolsonaro preso preventivamente e com a direita mobilizada nacionalmente, o silêncio de Beto Pereira suscita questionamentos sobre sua disposição em manter proximidade com o bolsonarismo após a derrota eleitoral. Interlocutores afirmam que o deputado estaria avaliando o cenário antes de se manifestar, tentando evitar desgaste com diferentes alas políticas, mas essa cautela tem sido interpretada como cálculo político frio justamente por quem esperava firmeza e lealdade.

Enquanto lideranças do PL, parlamentares de direita e até prefeitos do interior já expressaram solidariedade ao ex-presidente, a postura de Beto ressalta um distanciamento que não passou despercebido — e que pode custar caro futuramente, especialmente se o eleitorado conservador cobrar coerência daqueles que, ontem, buscavam votos com a bandeira de Bolsonaro e, hoje, preferem permanecer calados.