PT prepara nova guarda nacional e quer tirar as forças armadas das operações de segurança

A Fundação Perseu Abramo, braço ideológico do PT, avançou em mais uma proposta que acende alerta entre especialistas em defesa e segurança: a criação de uma Guarda Nacional para substituir a atual Força Nacional e, de quebra, afastar definitivamente as Forças Armadas das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O documento, tratado internamente como base programática para as eleições de 2026, redesenha por completo o papel militar na segurança pública — justamente num momento em que o país enfrenta expansão do crime organizado e avanço de facções nas fronteiras.

Segundo a cartilha, a ideia é montar uma “Guarda Nacional ou Força Nacional de Caráter Civil” com atuação em todo o território, centralizando competências hoje divididas entre estados e União. Na prática, cria-se uma força federal sob controle direto do governo de turno, com poder de atuação nacional e sem o peso institucional e constitucional das Forças Armadas, tradicionalmente acionadas em situações extremas e de colapso da segurança.

A mudança é vista por setores conservadores como um passo perigoso para ampliar o aparelhamento estatal. Críticos apontam que retirar as Forças Armadas das GLO — instrumento previsto na Constituição — enfraquece uma das principais garantias de estabilidade em momentos de crise, ao transferir responsabilidades para uma estrutura nova, sem histórico, sem doutrina consolidada e totalmente subordinada à vontade política do Executivo.

Além disso, o texto recomenda a recriação do Ministério da Segurança Pública, separando-o do Ministério da Justiça. A medida, embora apresentada como técnica, recoloca o tema sob controle político direto, permitindo ao governo reconfigurar comandos, cargos e direção das políticas de segurança conforme conveniências eleitorais.

Para especialistas alinhados à direita, o movimento reflete a velha agenda petista de enfraquecer instituições tradicionais, centralizar poder e criar mecanismos paralelos de controle social. A proposta, agora em papel, deve ganhar força na campanha de 2026, acendendo debate intenso sobre o futuro da segurança pública — justamente enquanto o país vive uma das fases mais violentas e instáveis de sua história recente.