Capital inicia vacinação contra a gripe de forma escalonada

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A aplicação das doses nesta terça-feira, em Campo Grande, será destinada aos profissionais da saúde acima de 50 anos e idosos com 80 anos ou mais

A campanha nacional contra a influenza começou nesta segunda-feira (4), em Mato Grosso do Sul, para idosos acima de 60 anos e profissionais da saúde. Em Campo Grande, para evitar aglomerações, a vacinação ocorre de forma escalonada.  

Os profissionais da saúde acima de 55 anos e idosos com 85 anos ou mais foram os primeiros a se vacinarem contra a H3N2 na Capital, ontem. 

Para hoje (5), o calendário de vacinação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) prevê a imunização dos trabalhadores da saúde com 50 anos ou mais e idosos acima de 80 anos.  

Até então, cerca de 238 mil doses da vacina contra a H3N2 foram distribuídas aos 79 municípios de MS. 

Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), 1.030.630 pessoas estão aptas a receber o imunobiológico contra a gripe em Mato Grosso do Sul. Destas, 370 mil são idosos com mais de 60 anos, além de cerca de 70 mil trabalhadores da saúde.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) 26 de Agosto, no centro da Capital, apenas 8 pessoas haviam procurado pela vacinação ontem de manhã. No período da tarde, a reportagem do Correio do Estado também encontrou  baixa procura pela imunização contra a gripe.  

Bem-humorada, Maria de Lurdes, 89 anos, contou ao Correio do Estado que buscou a unidade de saúde assim que foi informada de que poderia se vacinar. “Vim logo me vacinar, não perdi tempo, todo ano eu venho, sem falta. É um direto e um dever nosso”, disse a aposentada.  

Integrante do grupo de profissionais da saúde, Neide Garrido, 69 anos, também já se vacinou contra gripe no primeiro dia de campanha na Capital.

“É importante ficarmos sempre em dia com a vacinação contra a gripe ou qualquer outra doença, isso nos mantém protegidos”, pontuou.

Conforme o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, a expectativa é de que a campanha deste ano tenha maior cobertura vacinal em relação a 2021. 

“Apenas as crianças superaram a meta de cobertura [acima de 90%]. Acreditamos que isso ocorreu porque muita gente ainda estava recebendo as primeiras doses da vacina contra a Covid-19, e hoje nosso cenário já é diferente”, relatou.

Esta primeira etapa da campanha, que é exclusiva para idosos e profissionais da saúde, acontece até o dia 2 de maio.  

O aposentado Salvador Ramon, 80 anos, tentou se vacinar no início da tarde de ontem. Mas, por conta de sua faixa etária, terá de voltar à unidade de saúde nesta terça-feira.

 “Eu levo imunização muito a sério, sempre acompanho o postinho e o calendário da Secretaria de Saúde. Quando abre a vacinação, já trato de vir logo, não deu hoje, mas eu volto quando abrir para a minha idade”, disse.  

SEGUNDA FASE

A segunda etapa de vacinação em MS, que abrangerá 190 mil crianças de seis meses a menores de 5 anos, começará em 3 de maio. 

A partir de 3 de junho, os demais grupos também poderão se vacinar. O dia D, de mobilização nacional, está marcado para 30 de abril.

A vacina influenza trivalente, contra a gripe, utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é produzida pelo Instituto Butantan. 

A formulação é atualizada anualmente para que a dose seja efetiva na proteção contra as cepas que mais circularam em 2021. A vacina será eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B.

“O município tem autonomia para, se achar necessário, antecipar a vacinação de alguns grupos para a primeira fase”, explicou a superintendente em Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo.  

Fazem parte dos grupos da segunda etapa puérperas até 45 dias após o parto; população indígena; trabalhadores da educação; pessoas com comorbidades, com deficiências permanentes; caminhoneiros; trabalhadores do transporte rodoviário de passageiros; trabalhadores portuários; forças de segurança e salvamento; forças armadas; funcionários do sistema penitenciário; população privada de liberdade; e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.  

EPIDEMIA

Entre os meses de dezembro de 2021 e janeiro deste ano, Campo Grande viveu um surto atípico de influenza, uma vez que os casos são normalmente registrados entre maio e julho, período de temperaturas mais amenas. A epidemia foi provocada pela variante Darwin do vírus H3N2.  

Em decorrência destes casos, a Capital registrou 25 óbitos por influenza somente em 2022, número que se iguala a ao registrado durante todo o ano de 2019, período pré-pandemia.  

“A vacina que será aplicada agora na população já está atualizada e protege contra esta cepa, por isso é importante que todos busquem pela vacinação no momento oportuno. Já são tempos difíceis em razão da Covid-19, não queremos mais perdas por outra doença que é evitável por meio da vacina”, comentou José Mauro.  

Desde o início da campanha de vacinação, no ano passado, foram aplicadas cerca de 313,5 mil doses da vacina contra a influenza em Campo Grande, sendo 197,2 mil somente no público prioritário.

Conforme a Sesau, por conta da baixa adesão à vacinação, apenas o público de crianças de seis meses a seis anos de idade atingiu a meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde. 

Em anos anteriores, outros três grupos ultrapassaram essa margem: idosos, trabalhadores da saúde e profissionais da educação.  

O surto de contágio da H3N2 em MS resultou ainda em 502 casos e 91 mortes por complicações, registradas entre os meses de dezembro de 2021 a abril de 2022. Com o declínio nos índices de infecções, desde o dia 2 de março o Estado não registra mortes por complicações da doença. 

SAIBA

Além da vacinação contra a influenza, começou nesta semana a campanha contra o sarampo, que é exclusiva para os trabalhadores da saúde que não se lembram ou não têm nenhum registro da aplicação da tríplice viral. Para crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade, a vacinação é realizada de forma indiscriminada.