A Prefeitura de Campo Grande foi pega de surpresa na manhã desta terça-feira, 21, após amanhecer sem transporte público devido a uma paralização dos motoristas. Não houve realização de assembleia, como preconiza a legislação trabalhista e, por isso, muitos motoristas só souberam da greve quando chegaram para trabalhar nas garagens, na madrugada desta terça.
A Prefeitura informou que realiza todas as medidas legais e cabíveis no que diz respeito à greve dos funcionários. Entretanto, o órgão municipal segue notificando a empresa sobre a péssima qualidade do serviço prestado na Capital, que não atende às necessidades da população.
O Consórcio Guaicurus, que teve no seu comando até março, o empresário João Rezende, assumiu os serviços de transporte público na Capital em 2012, sempre sofreu com as cobranças e reclamações da população e do próprio Poder Público. Isso porque deixa de cumprir as exigências do contrato, durante todos esses anos, não se fala em renovação de frota. Não se fala em oferecer um transporte de qualidade ao usuário.
Mesmo com a péssima gestão a frente do monopólio, Rezende quer se aventurar na política. É pré-candidato a Deputado Federal pelo PP (Partido progressista).
Rezende é conhecido por embates com a prefeitura, queria que o valor da tarifa ficasse em R$ 5,50 – valor que penalizaria ainda mais o usuário do transporte público. Agora como pré-candidato defende a gratuidade do serviço para todos os passageiros. O empresário é investigado por suspeita de gestão fraudulenta a frente do Consórcio Guaicurus. No processo MPMS elencou uma série de irregularidades identificadas durante a investigação e que, na visão da Promotoria de Justiça de Campo Grande, são suficientes para condenar o empresário.
Audiência dia 28 pode resultar na anulação do contrato
Marcada para o próximo dia 28 de junho, a audiência de instrução e julgamento será presidida pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1º Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. O julgamento dá início ao desfecho de um processo de investigação iniciado em 2019 pelo MPMS (Ministério Público Estadual) e que chegou no Judiciário em setembro de 2020, em forma de ação civil pública.
No processo, o MPMS elencou uma série de irregularidades identificadas durante a investigação e que, na visão da 30ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, são suficientes para anulação do contrato