Pré-candidato a prefeito por São Paulo, o esquerdista BOULOS vota para arquivar caso de rachadinha de Janones

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Relator de um processo que trata sobre suspeitas de “rachadinha” no gabinete do deputado André Janones (Avante-MG), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) apresentou parecer pelo o arquivamento do pedido de cassação de mandato no Conselho de Ética da Câmara. O relatório teve pedido de vista, quando um deputado ou um grupo pede mais tempo para ler o parecer, e voltará a ser analisado após 2 dias úteis.

A representação contra Janones foi apresentada após dois ex-assessores do parlamentar afirmarem que ele cobrava funcionários lotados em seu gabinete na Câmara a repassar parte dos seus salários. O caso é investigado pela Polícia Federal.

Em entrevista ao GLOBO, Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira disseram que a prática envolvia até mesmo os valores recebidos como 13º e chegava a 60% dos vencimentos.

Boulos justificou que as acusações contra Janones são anteriores ao exercício do mandato dele, que se iniciou em 2023. O candidato à prefeitura de São Paulo afirmou que as suspeitas já eram de conhecimento público desde 2021.

— Não há justa causa para o presente feito. A representação do PL traz fatos antes do representado ser deputado federal. O judiciário fará seu trabalho — disse Boulos em relatório.

Janones voltou a se defender aos colegas parlamentares.

— Tudo isso não passa de uma grande armação, não sou réu em nenhum processo judicial — afirmou.

A suspeita de rachadinha no gabinete de Janones é investigada pela Polícia Federal desde 2021. Em áudios divulgados pelo site Metrópoles, o deputado diz que os servidores deveriam usar uma fatia dos salários recebidos da Câmara para pagar dívidas de campanha. O parlamentar nega ter praticado qualquer irregularidade e afirmou nas redes sociais que o pedido revelado na gravação foi feito ainda antes de se eleger, em 2018, para pessoas que ainda não trabalhavam em sua equipe. Janones disse ainda que não colocou a sugestão em prática, já que a ideia foi “vetada” por sua advogada.