O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro e réu condenado José Dirceu, amarga uma posição vexatória na corrida pelo Senado em Curitiba. Pesquisa do Paraná Pesquisas, realizada entre 7 e 11 de agosto com 806 eleitores, revela que o petista aparece com apenas 11,5% das intenções de voto no primeiro cenário e 13,6% no segundo — números que o colocam na lanterninha da disputa. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.Na liderança isolada, o governador Ratinho Junior (PSD) desponta com 66% das intenções de voto no cenário estimulado, confirmando a força do seu nome junto ao eleitorado curitibano. Em seguida aparece a jornalista Cristina Graeml (Podemos), com 35,2%, consolidando-se como principal adversária para a segunda vaga.No cenário espontâneo, onde o eleitor cita o candidato sem ser induzido, o nome de Zeca Dirceu praticamente inexiste. A situação revela o distanciamento da capital paranaense em relação ao projeto político do PT e reforça a rejeição histórica que o partido enfrenta na cidade, onde Jair Bolsonaro derrotou Lula por ampla margem nas eleições de 2022.Derrota interna e desgaste políticoAlém da má performance nas pesquisas, Zeca também enfrentou um revés dentro do próprio partido. Recentemente, perdeu a disputa pela presidência estadual do PT para o deputado estadual Arilson Chiorato, aliado de Gleisi Hoffmann. A derrota fragilizou sua articulação interna e gerou atritos públicos, já que o petista contestou o resultado, alegando “irregularidades” como votos de filiados mortos e hospitalizados — acusações que não mudaram o desfecho.Outro dado que reforça a dificuldade de sua candidatura é a pesquisa divulgada pela IRG em abril, onde o deputado somava apenas 4,9% como primeira opção e 3% como segunda, alcançando míseros 7,9% no total. O contraste com Ratinho e Cristina é abissal.Antipetismo consolidado na capitalCuritiba tem histórico de voto antipetista e mantém forte rejeição à esquerda. Em 2022, Bolsonaro venceu Lula na capital com 64% dos votos válidos. Especialistas apontam que o sobrenome Dirceu carrega um peso negativo extra no imaginário do eleitorado, associado a escândalos de corrupção como o Mensalão e a Lava Jato.A combinação de rejeição ao partido, liderança consolidada dos adversários e crise interna no PT indica que a tentativa de Zeca Dirceu de conquistar uma cadeira no Senado pelo Paraná enfrenta um caminho praticamente inviável — e que pode acabar servindo apenas como trampolim para manter visibilidade e garantir sobrevida política dentro do reduto petista.








