Prefeitura desmente João Resende comandante do Consórcio Guaicurus”Laranja” de Nenê Constantino e afirma estar em dia com todos os pagamentos

A manhã desta quarta-feira (22) em Campo Grande ficou marcada por uma paralisação parcial do sistema de transporte coletivo, motivada pela falta de pagamento do adiantamento salarial aos trabalhadores do Consórcio Guaicurus — porém, a Prefeitura municipal divulgou nota na qual afirma que “está rigorosamente em dia com todas as suas obrigações de pagamento junto ao consórcio”.

Embate entre Prefeitura e empresa

De acordo com a Prefeitura, todas as obrigações assumidas em contrato com o consórcio teriam sido cumpridas. Em manifestação, o município informou que não possui dívidas com o Consórcio Guaicurus e se posiciona contrária ao pedido de aumento da chamada tarifa técnica — atualmente de R$ 6,17 — para R$ 7,79.

Por outro lado, o consórcio alega que enfrentaria dificuldades financeiras em razão de atrasos nos repasses pelo poder público, motivando a paralisação dos motoristas. Segundo o sindicato que representa os trabalhadores, a falta de adiantamento salarial foi atribuída à ausência de repasse da Prefeitura.

Impacto para o usuário

Usuários do transporte coletivo relataram que várias linhas não iniciaram circulação cedo, com o serviço sendo retomado gradualmente por volta das 6h30.
A paralisação expôs a fragilidade da prestação do serviço ao público e reforçou o debate em torno do modelo de concessão e subsídio do sistema de ônibus da Capital.

Questões contratuais e regulação

O episódio ocorre em meio a questionamentos contratuais: segundo relatório de CPI da Câmara Municipal, o consórcio está com a frota acima da idade permitida, não teria contratado seguro obrigatório e há apontamentos de insuficiente fiscalização.

A agência reguladora municipal — AGEREG — teria indicado que não foi identificada “necessidade de revisão com majoração de tarifa” a partir dos estudos apresentados.

O que a Prefeitura destaca

Na posição oficial, a Prefeitura afirma que:

Cumpre todos os compromissos estabelecidos no contrato com o consórcio;

Não reconhece qualquer pendência financeira com a empresa;

Questiona e contesta em juízo a exigência de majoração da tarifa técnica, afirmando que tal valor extrapola o que foi pactuado.

O que falta esclarecer

Apesar da nota da Prefeitura, permanecem lacunas importantes:

Se a empresa do transporte realmente enfrenta falta de repasse, como afirma, ou se o problema está em outro ponto da cadeia de custeio.

Qual o real nível de cumprimento contratual do consórcio, em especial frota, manutenção, seguros e demais obrigações previstas.

Qual o impacto para o usuário final caso o impasse se prolongue – tanto em termos de serviço quanto de eventual reajuste tarifário.


Conclusão
O impasse entre Prefeitura e consórcio revela tensão crescente em torno do transporte coletivo em Campo Grande. A afirmação do poder público de estar com as obrigações em dia contrasta com a paralisação dos motoristas e a alegação de dificuldade financeira por parte da empresa. Resta à população aguardar desdobramentos — e novos comunicados oficiais — para ter clareza sobre responsabilidades, custos e qualidade do serviço.