Na terça-feira, 4 de novembro de 2025, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou categoricamente que as eleições promovidas no estado da Califórnia — que tratavam da aprovação de uma proposta para redesenho dos distritos eleitorais — são “absolutamente” marcadas por fraudes.
Segundo Leavitt, o sistema de voto universal pelo correio serve como mecanismo para burla dos resultados: “cédulas fraudulentas foram enviadas em nome de outras pessoas que não deveriam estar votando”, declarou, acrescentando que o governo federal investiga o caso.
A proposta em questão visava reverter a decisão de 2010 que havia transferido para uma comissão independente a responsabilidade pelo desenho distrital. O plano devolveria temporariamente esse poder aos legisladores democratas, com o objetivo de acrescentar cinco cadeiras à bancada democrata na Câmara dos Representantes dos EUA.
A acusação expôs fissuras graves no sistema eleitoral norte-americano, gerando confronto aberto entre republicanos e democratas. O ex-presidente Donald Trump declarou que se trata de “uma grande fraude”, assegurando que “todas as cédulas enviadas pelo correio… estão sob análise jurídica e criminal muito séria”.
Em contrapartida, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, crítico das alegações, classificou-as como “delírios de um velho que sabe que está prestes a perder”.
A acusação feita pela Casa Branca lança uma sombra sobre a integridade eleitoral de um dos estados mais influentes dos EUA e coloca em xeque a confiança no voto pelo correio — mecanismo que há décadas é usado como instrumento democrático, mas agora, segundo o governo federal, convertido em via para manipulação.
Se confirmadas, as práticas denunciadas feririam diretamente o princípio de soberania popular e legitimidade democrática, exigindo apuração urgente, transparência total e, sobretudo, medidas eficazes para garantir que o sistema não sirva a interesses de manipulação partidária.








