Retirada de tarifas sobre produtos brasileiros importados por TRUMP tem relação com a eleição parlamentar dos EUA, diz analista e professor de Harvard

O presidente Donald Trump revogou, por ordem executiva, a tarifa extra de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros — como café, carne bovina, frutas tropicais e especiarias. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (20) e retroage a 13 de novembro.

De acordo com os Estados Unidos, a decisão é resultado de “progresso inicial nas negociações” com o Brasil, após conversas diretas entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar da revogação, analistas conservadores apontam que o gesto pode servir mais a uma estratégia eleitoral nos EUA do que a uma virada genuína na política comercial americana. Eles avaliam que Trump estaria usando a redução tarifária para aliviar a pressão sobre os preços internos nos EUA, conquistando apoio popular às vésperas de disputas importantes no Congresso.

Do lado brasileiro, o presidente Lula celebrou a retirada das tarifas como um sinal de “respeito” por parte dos EUA, destacando o papel das negociações diplomáticas. Já o vice-presidente Geraldo Alckmin admitiu que, embora seja um passo positivo, a taxa de 40% ainda continua sobre muitos produtos relevantes, o que limita o pleno aproveitamento para exportadores brasileiros.

Setores produtivos do Brasil também seguem cautelosos: a revogação é bem-vinda, mas não resolve completamente o chamado “tarifaço” que afetou parte significativa das exportações nacionais.